Os desafios da pandemia da COVID-19 para crianças autistas – Como lidar com a reestruturação da rotina
Diariamente, famílias de crianças e adolescentes portadores de TEA encaram enormes desafios para amenizar o impacto do quadro e promover o desenvolvimento de seus filhos.
Pois apesar do Autismo NÃO ser um fator de risco para a covid-19, as suas características podem criar dificuldades na adoção de medidas preventivas, como por exemplo o hábito de passar a mão em todo tipo de objeto e levar os utensílios à boca.
Justamente por apresentarem grande interesse pelo odor, sabor e textura de objetos, tais práticas acabam por aumentar a possibilidade de contaminação.
Transformações repentinas no cotidiano também podem provocar alterações emocionais e comportamentais, deixando a criança ou adolescente mais agitado, ansioso e agressivo.
Então, qual a melhor forma de lidar?
Especialistas recomendam que, apesar dessa nova realidade, é importante tentar seguir o máximo possível a rotina vivenciada antes da pandemia e prepará-los para alterações inevitáveis.
Algumas dicas para melhorar a rotina:
- Quadro de planejamento com as atividades do dia;
- Manter as atividades propostas, seguindo o mesmo horário que a criança frequentava a escola e respeitando os hábitos de rotina anteriores;
- Pais devem estar atentos às questões de higiene, mantendo os ambientes ventilados e evitando compartilhar objetos;
- Manter o vínculo e o contato social dos autistas com outras crianças utilizando as videochamadas ou o telefone;
- Pais desfrutarem de tempo livre para ensinar o valor simbólico dos brinquedos e explorar possibilidades lúdicas;
- Sugerir a participação e colaboração da criança nas tarefas domésticas, respeitando o nível de desenvolvimento e capacidades;
- Atividades físicas, tanto dentro de casa como ao ar livre, também são bem-vindas.
Apesar das adversidades impostas pela pandemia, e o surgimento de crises pelo caminho, este é um momento que pede a aproximação entre pais e filhos autistas, facilitando a descoberta de novas possibilidades interpessoais de desenvolvimento. Significando o nascimento de recursos antes impensáveis e o aprofundamento desses vínculos afetivos.
Fonte: Abneuro – “Autismo e os novos desafios impostos pela pandemia da COVID-19”